domingo, 1 de fevereiro de 2015

" O JORNALISTA NÃO EXPLICOU QUE SERRA PELADA FOI UMA GRANDE CRATERA QUE MILHARES DE GARIMPEIROS PROCURAVAM OURO EM CONDIÇÕES SUB-HUMANAS

A foto publicada na capa do jornal “O Globo” no sábado passado, dia 3, quis dispensar explicações no texto que a acompanhou. A manchete dizia “Serra Pelada no Arpoador”. Os primeiros dias de 2015, no Rio de Janeiro, têm sido insuportavelmente quentes. Nada mais justo e democrático que as praias cariocas sejam invadidas por banhistas sedentos do prazer de se refrescarem à beira-mar, acompanhados ainda da quase inigualável beleza do pôr-do-sol, entrevisto da praia do Arpoador na Zona Sul. Um espetáculo sinestésico, convenhamos!
Aparentemente, nenhuma novidade nesse cenário que não sejam as transformações por que vem passando a sociedade brasileira nos últimos dez anos: fortalecimento da moeda nacional, oferta ampliada de educação, acesso das classes menos favorecidas a bens de consumo e sua consequente mobilidade territorial e simbólica.
Ainda que relativizemos cada um dos fatores mencionados ou que questionemos – com razão – um enganoso “empoderamento” das classes C e D, não podemos ignorar que a segregação em espaços marginalizados se desfez e que isso deve ser saudado. No Rio de Janeiro, as estações de metrô de Ipanema e Copacabana não só permitiram que os residentes nessas áreas pudessem se valer do transporte público para o trabalho no centro da cidade, por exemplo, como permitiu a reterritorialização de espaços públicos tratados como exclusivos de uma minoria. Refiro-me às praias da Zona Sul carioca em especial, mas também às ruas, às praças, à Lagoa Rodrigo de Freitas etc.
A chegada do metrô a Ipanema em 2009 intensificou essa sensação bairrista de posse das praias e impôs uma dinâmica de circulação e de entendimento dos usos possíveis dos espaços públicos que sugerem mais o confronto do que a inserção desejada. A evocação saudosista deste território de outrora parece-me ter sido a intenção explícita, embora não verbalizada por escrito, da foto a que me refiro, além da visão preconceituosa que me pareceu carregar.
No jornalismo informativo, tudo deve ser explicado, rezam os manuais de redação. A ausência de qualquer referência ao espaço geográfico de Serra Pelada, no Norte do país, da corrida desenfreada atrás do ouro prometido no garimpo selvagem e assassino é fato sem dúvida conhecido, documentado e até vertido para o cinema, mas é datado. Portanto, deveria ser contextualizado para que indistintamente fosse compreendido por leitores de qualquer faixa etária e condição sociocultural. Quando o jornal suprime a contextualização, cria a expectativa do pressuposto, que gera o compartilhamento de ideias, ou a inferência, que se abre para análises variadas.
A foto em cores pareceu monocromática. É marrom. Um esmaecimento do tom terracota. É meio ferrugem. Dependendo do horário, da luz natural e do ângulo em que foi tirada, talvez seja “autêntica”, mas, em tempos digitais e de photoshop, não me arrisco a nenhuma afirmação contundente.
A aproximação cromática ao garimpo de Serra Pelada é atributo insatisfatório para dispensar as analogias necessárias ao desenvolvimento da matéria, por mais que seja a única justificativa que, imagino, o jornal daria, se interpelado. Com isso, as intenções implícitas do jornal passam para o primeiro plano do interesse analítico. O que o jornal “O Globo” não disse explicitamente? Por que tentou camuflar o preconceito com a imagem muda?
Serra Pelada foi terra de todos. Logo, de ninguém. De migrantes de todas as partes do Brasil, de forasteiros, de estrangeiros. Serra Pelada pode ter sido vista como uma espécie de Eldorado, mas foi sobretudo o dantesco, o inferno dos desmandos e da barbárie.
Ao optar por não contextualizar a informação “Serra Pelada”, por não explicar as razões da comparação com a atual territorialização da Pedra do Arpoador, ao fazer parecer que o calor seria quase a única razão da analogia, o jornal (a mídia, em geral) revelou todas as suas intenções e também os seus preconceitos em relação à “natureza roubada”, ao bairro invadido, ao paraíso decaído, coisas desse gênero.
O marrom de Serra Pelada usado para representar o cenário atual do Arpoador e de suas cores sempre vibrantes deveria ter sido explicado com coragem e limpidez, sem subterfúgios metafóricos e sem subentendidos preconceituosos. Afinal, a foto, no jornal, não serve para explicar o fato?
(Analice Martins)

OS HOMENS PARECIAM FORMIGAS , MAS DESORGANIZADAS, PASSAVAM, FRIO E FOME E AINDA ERAM EXPLORADOS E ROUBADOS, UM INFERNO DOS ANOS 80









       HOJE EM DIA UM GRANDE LAGO ABANDONADO
SERRA PELADA HOJE EM DIA VIROU UM GRANDE BURACO , PARECE ATÉ UM VULCÃO EXTINTO, ACHARAM MUITO OURO MAIS ONDE ELE FOI PARAR? ESSE OURO TODO PAGARIA NOSSA DÍVIDA EXTERNA NA ÉPOCA E SABEMOS QUE O SUB-SOLO FAZ PARTE DA UNIÃO E AGORA SE O PETRÓLEO É PORQUE O OURO NÃO FOI?


Serra Pelada é uma serra brasileira localizada no sudeste do estado do Pará. Se tornou muito conhecida durante a década de 1980 por uma corrida do ouro moderna, tendo sido o local do maior garimpo a céu aberto do mundo1 , de onde foram extraídas, oficialmente, 30 toneladas de ouro.2 Localiza-se no município de Curionópolis, a aproximadamente 35 quilômetros da sede do município.
A serra é um complexo mineral que abrange uma área de aproximadamente 5 mil hectares. Hoje existem diversas cooperativas atuantes na área defendendo os direitos minerários de seus cooperados concedidos pelo DNPM - Departamento nacional de Pesquisas Minerais, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia.
Em 1982, devido à grande fama alcançada pelo garimpo de Serra Pelada, foi gravado no local o filme Os Trapalhões na Serra Pelada, que foi estrelado pela célebre trupe humorística Os Trapalhões.
Atualmente, a antiga cava onde se situava o garimpo é um lago com 100 metros de profundidade.2 Estima-se que existam no local cerca de 350 toneladas de metais preciosos, entre ouro, platina e paládio.3
Devido à recente valorização do ouro no mercado internacional após a crise econômica de 2008-2012, muitos garimpos até então desativados, passaram a ser reabertos. Em 2011, a empresa de mineração canadense Colossus Minerals Inc. se associou à Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (COOMIGASP), formando ajoint venture Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), que irá explorar de forma mecanizada o ouro de Serra Pelada a partir de 2013.4 5 6 7 8

Descoberta[editar | editar código-fonte]

Oficialmente a extração começou com um pequeno sitiante que ao cavar um pé de bananeira encontrou uma estranha pedra e ao mostra-la em um bar espalhou-se a noticia de se tratar de ouro. Em duas semanas já tinha garimpeiros do Brasil inteiro. A festa durou cerca de oito semanas quando a União interveio na área. A história divulgada é de que em 1976, um geólogo encontrou amostras de ferro no sul do Pará. Em 1979, um garimpeiro encontrou ouro no local. O ministro de Minas e Energia da época, fez o anúncio oficial da existência do metal em Carajás. A partir de 1980 levas de migrantes se deslocaram para o Pará e ocuparam o garimpo, que pertencia à fazenda Três Barras, propriedade de Genésio Ferreira da Silva.2

Auge[editar | editar código-fonte]

Em 21 de maio de 1980, o governo federal promoveu uma intervenção na área, já ocupada por 30 mil garimpeiros. Áreas de lavra e garimpeiros foram registrados pela Receita Federal, e todo ouro encontrado deveria ser vendido à Caixa Econômica Federal. A intervenção foi comandada pelo militar Sebastião Rodrigues de Moura, o major Curió.
Em 1981, os depósitos de ouro na superfície se esgotaram, e a Vale tentou reaver a posse da área. Mas os interesses eleitorais (havia 80 mil garimpeiros na área) levaram o governo a fazer obras para prorrogar a extração manual. Em 1982, o garimpo foi reaberto e Curió foi eleito deputado federal. Curió tomou posse na Câmara em 1983 e propôs uma lei que dava permissão para que garimpeiros continuassem explorando o ouro de Serra Pelada por cinco anos. Em 1984, a Vale recebeu indenização de US$ 59 milhões pela perda da concessão da mina por quebra de contrato.

Declínio[editar | editar código-fonte]

A extração continuou caindo. Em 1988, foi de 745 kg, e, em 1990, de menos de 250 kg. Em março de 1992 o governo não renovou a autorização de 1984, e o garimpo voltou a ser concessão da Vale.


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